Muitas souberam pelo grupo do whatsapp, o pai do noivo faleceu na noite da última sexta-feira 13. O Diogo estava sem celular (quebrou na quinta e estava na assistência) e todos estavam tentando ligar para ele, para avisar. Acabou que a mãe dele me avisou no sábado pela manhã, e eu teria que dar a notícia para o noivo. Senti-me péssima, como poderia dar uma notícia tão triste a quem tanto amo e só quero o bem?
No caminho de casa para o trabalho dele, milhares de coisas passaram pela minha cabeça, vários cenários de como o Di reageria (todos ruins e trágicos como as cenas das novelas kkkk), comecei a chorar muito e ficar até desatenta ao volante. Quando parei no semáforo, resolvi desabafar com as meninas, que me apoiaram e deram força, além das conversas alegres de sempre que já estavam acontecendo no papo iniciado desde muito cedo! Esse carinho e zelo, e a descontração que eu precisava, me deram toda a força para continuar com a minha incumbência.
Cheguei no local e estacionei o carro, respirei fundo e enxuguei as lágrimas. Pensava comigo mesma: como queria ser forte e dar a notícia sem cair em lágrimas... Mas essa não sou eu, eu sou uma chorona que vê aquele filme de drama que já viu milhares de vezes, e sempre chora horrores nas mesmas cenas.
Tem uma frase do filme "Cidade dos Anjos" (um dos filmes me fazem chorar horrores) que, para mim, é uma das melhores definições do ato de chorar: "Talvez a emoção se torna tão intensa que transborda do corpo. Sua mente e seus sentimentos tornam-se poderosos demais. E seu corpo chora."
E subi os 27 andares, sem medo de chorar ao contar a notícia, seria eu mesma com meus sentimentos, com todo aquele turbilhão que sentia: dor que iria causar ao dar uma notícia ruim a quem amava, impotência por não poder mudar ou atrasar os fatos, muito amor e, acima de tudo, querer estar ali do lado de quem mais amo nessa hora tão difícil..
Cheguei no restaurante, chamei pelo Diogo, seu sorriso ao me ver e perguntar o que eu estava fazendo ali, sumiu no instante seguinte, quando ele me viu e meus sentimentos estavam ali, transbordando em lágrimas que eu não tinha mais como conter. Dei a triste notícia, e o abracei bem apertado, tentando passar todo meu amor e tirar a tristeza dele. Por mais que ninguém queira ser o mensageiro de uma notícia terrível, vi um lado bom no meio de tanta tristeza: eu estava ali para abraçá-lo e confortá-lo numa das horas mais difíceis da vida dele.
Sou grata pelo modo como as coisas aconteceram, por ter sido eu a dar a notícia e estar ali presente, quando ele mais precisou de mim. Não gostaria nem mais de imaginar como seria, se ele soubesse a notícia enquanto eu estivesse dormindo e não quisesse me acordar ou durante o caminho ao trabalho, e digerisse tudo sozinho.
Mais uma vez, senti como muitas das coisas que acontecem, que parecem coincidências ou infortúnios, na verdade, é a maneira que as coisas realmente tem que acontecer. Nada é por acaso...
Ele passou por momentos muito difíceis neste final de semana (e ainda está), eu estava ali e estarei ali sempre ao lado dele, sempre! Agora isso faz parte da nossa história e nos fortaleceu ainda mais como casal. Sou muito privilegiada por essa oportunidade de poder estar ali do lado dele, e por podermos crescer juntos a frente de mais uma diversidade.
Continuo triste e preocupada com o noivo, ele está lá no Rio resolvendo burocracias e eu aqui em SP. Mas o tempo todo estarei com ele, seja pelo telefone ou pensamento. O post já ficou gigante, fico por aqui...
Te amo muito, Di! Força, estarei sempre ao seu lado!
Ah, desculpem-me meninas, ainda não estou animada para passar no cantinho de vocês, espero que amanhã eu esteja melhor para voltar aos assuntos casamentícios que tanto amamos!